Depoimentos

Guarulhos

Usei bastante turbantes em casa, todo lugar que ia usava peruca, antes de terminar a quimio vermelha o cabelo já estava crescendo.

por Cidinha
Nilópolis

O mais duro para nós pacientes é enfrentar os olhares piedosos e acreditem risadinhas e piadas de pessoas totalmente sem empatia ao próximo. Como nada dura pra sempre, os cabelos crescem mais lindos e devolve nosso sorriso e nossa dignidade. Que bom que tudo na vida passa! Nunca deixem que te diminuam, nós somos lindas e princesas especiais com ou sem cabelo. Isso é um mero detalhe, são cicatrizes que farão parte do nosso testemunho de mulheres fortes e vitoriosas.

por Elaine Cardoso

Ficar careca não é a pior coisa que poderia me acontecer, porque cabelo cresce e, hoje em dia, há vários métodos para melhorar a aparência. Continuar com o bem-estar e qualidade de vida... isso sim mexe com a minha cabeça.

por Ciara Costa
Nova Iguaçu

Eu era apaixonada pelo meu cabelo. Andava sempre com o corte da moda, usava os melhores produtos, fazia os melhores penteados. Após um banho de frente para o espelho penteando os cabelos, uma sequência de mechas saíram entre os meus dedos. Não fui surpreendida com a cena, pois eu já estava ciente, mas não contive as lágrimas que desceram lentamente e pensei: É, chegou a minha vez! Dia seguinte decidi ficar careca e encarei tudo de frente com sorriso no rosto, com a vontade imensa de viver e de ser eu independente da aparência física ou de um simples cabelo que foi dar uma viagem, mas que ele iria voltar.

por Fabiana Pereira
Rio de Janeiro

Apesar de eu ter me programado para isso e desde o diagnóstico, comecei cortando meus cabelos aos pouquinhos, até o dia que ele começou a cair definitivamente, é sempre chocante. O couro cabeludo fica dolorido demais, o travesseiro e roupas ficam cheias de cabelos, e é inevitável você ter que tomar a decisão de passar a máquina a zero e parar de sofrer. A partir da careca assumida, eu passei a curtir os lenços, os turbantes, a peruquinha. Eu adorava a hora do banho e sentir a água escorrendo pela minha careca. Assim que chegou o verão, eu colocava um brincão e uma make e lá ia eu viver, porque viver é bom demais!

por Márcia Mascarenhas
Rio de Janeiro

Na época minha filha estava sofrendo bullying na escola, ela ouvia coisas do tipo "sua mãe vai morrer porque tem câncer", então minha oncologista me propôs a crioterapia para que eu ficasse com menos aspecto de paciente oncológica, e eu aceitei. Parece bobagem, mas foi muito importante para a minha filha e para mim também. Durante a crioterapia é fundamental seguir alguns cuidados, entre eles escolher bem os produtos, e eu usei muito um creme da Pantene, o Age Defy, por isso a ideia de fazer o meu depoimento!

por Flávia Bandeira
Senador Camará

Quando acordava meu quarto estava cheio de cabelo, não demostrava muito para minha filha, mas ia para o banheiro e chorava muito a perda do meu cabelo. Sempre fui uma mulher vaidosa, tinha meu cabelo lindo, e quando eu soube que estava com câncer, a maior dor foi perder o cabelo. Não saio na rua careca porque eu fico com vergonha, é como se eu tivesse perdido minha dignidade, fico esperando o dia que meu cabelo vai crescer, o dia que vou voltar a ter sobrancelha. Quando eu perdi o cabelo as pessoas faziam piada comigo, perguntando se eu virei de lado, e eu falava que tinha câncer, chega ser humilhante ter que falar da sua vida para as pessoas. Tenho muita fé que vou ter a cura! Muita fé!

por Maria Cícera Silva
Guaianases

Meu cabelo era longo, forte, batia quase nas costas e para não sofrer muito resolvi cortar curto, dimuindo assim minha aflição de vê-lo caindo. Mesmo assim continuavam as quedas, sendo assim, resolvi raspar. Meu filho raspou e fiquei carequinha! Chorei muito, mas foi a melhor escolha. Comecei a procurar perucas, porque não queria usar lenços No final das contas nem cheguei a usar perucas, achava desconfortável, então optei por lenços. Hoje, faz 3 anos! Meus cabelos voltaram fortes, volumoso, lindos, saudáveis e hoje está quase na cintura.

por Fernanda Barbosa
São Paulo

Com o laudo da biopsia veio a terrível notícia que não queria ouvir, teria que fazer quimioterapia e meu maior medo aconteceu. 15 dias após na primeira sessão meus cabelos viraram um bolo na minha cabeça e fui obrigada a cortar careca. Foi a parte mais sofrida do tratamento, sempre cuidei muito do cabelo e fazia progressiva regularmente, pintava de vermelho e escovada todo sábado. Era meu xodó. Nunca me vi careca não tinha coragem e até hoje não vi as fotos que minha irmã tirava. Passado o tratamento meu cabelo nasceu mais fino e não fiz mais nada daquilo. Mas ele agora está lindo e natural, cacheado e me deixando mais bonita. Falo que o câncer me tirou muita coisa, mas me deu outras melhores como meu cabelo! Venci o câncer e graças a Deus não preciso tomar nenhum remédio só acompanhamento anual

por Vera Lúcia Gonçalves
Pavuna

Quando recebi o diagnóstico que estava com câncer me preparei né, porque eu sabia que viria a quimio, então o cabelão cheio e comprido deu lugar a um corte Joãozinho e isso aconteceu antes do Natal de 2016. Você saber o que vai ficar careca é uma coisa, mas quando realmente a coisa acontece é diferente. Então quando meu cabelo realmente caiu e eu fiquei totalmente careca, sem cabelos da sobrancelha, cílios e na cabeça me chocou bastante, me deixou muito mal. Eu acho até que foi mais do que a cirurgia em si até hoje quando eu falo me vem uma sensação esquisita, uma coisa estranha, uma coisa ruim, uma coisa muito ruim, eu não sei explicar o que eu sinto. Quanto mais eu penso mais eu não gosto de pensar. Eu passei a não querer tirar fotos porque até hoje meu cabelo não cresceu totalmente como era, não ficou aquele cabelão cheio ficou com falhas então para mim ainda é uma coisa ruim eu não poder fazer o rabo de cavalo, fazer um coque como eu gostava de fazer… Dóóóói!!!!

por Cláudia Ramos
São Paulo

Quando meus cabelos foram caindo, senti esperança, porque junto com cada fio sentia gratidão, porque a doença também saia de meu corpo. Quando somos gratos apesar dos percalços, tudo se torna mais tranquilo, e eu não focava no que eu perdia, e sim no que eu ganhava. Foquei na minha cura. Depois meus cabelos cresceram lindamente. Gratidão sempre! Olhar com olhos de boa vontade, vemos através de Deus. Quando tudo for pedra, seja flor.

por Valderez Melo
Nilópolis

Foi muito, muito difícil perder os cabelos, lembro que ficava torcendo para não precisar fazer quimioterapia e depois quando tive que fazer, ficava pensando que bem que eu poderia ser dessas pacientes que não perdem os cabelos com a quimioterapia. Contudo, foi inevitável, perdi os cabelos no décimo nono dia após a primeira seção de quimio. Lembro que chorava, não queria que eles fossem embora, mas num domingo eu resolvi lavá-los para ir ao shopping com meu marido, foi então que percebi que não tinha mais condições de conservá-los porque ao molhar metade caiu e eu me desesperei, parecia que eles estavam derretendo. Tomei coragem e pedi ao meu marido para cortar, ele se esquivou e eu tomei coragem e cortei mesmo de qualquer jeito. Foi aí que ele vendo a minha agonia em querer acabar logo com aquilo, terminou de cortar. E sabe o que fiz depois? Coloquei um lenço baphônico, fiz uma maquiagem que ficou show de bola, respirei fundo e fui ao shopping me divertir. Sabe por quê? Porque eu tinha a certeza de que aquilo era passageiro e que depois teria meu cabelo crespo lindo de volta. E hoje estou aqui com meus cabelos de volta. P.S. Eu não sou um CID! Existe uma pessoa por trás do Câncer.

por Lucília Andrade
Taubaté

Tomei a quimioterapia injetável vermelha (foi a primeira vez) e logo me avisaram sobre a queda de cabelo. Até o décimo quinto dia deveria cair. Só que seria o décimo sétimo aniversário do meu filho do meio Luis Guilherme. Pedi muito a Deus para que não caísse e eu ainda estivesse com meus cabelos para tirar fotos com meu filho e minha família No dia posterior a festa, eles começaram a cair... Foram dias em que caia mechas pequenas, tufos enormes. Até que, visivelmente, com falhas enormes, aparecendo meu couro cabeludo, meu marido passou a máquina para raspar minha cabeça. Lembro-me dos cabelos caindo e o choro do meu marido, da minha mãe que estava me ajudando naqueles dias, dos meus 3 meninos, em especial, do Lucas, o caçula, na época com 10 anos. Foi um dia muito triste, embora muitos ficavam falando "Ah! É só cabelo! Nasce de novo!", demorei dias para me reconhecer diante do espelho. Posso testemunhar que foi uma experiência que marcou minha vida no mais profundo do meu ser. Hoje, estou passando por um protocolo novo, que iniciei hoje, a Doxo Lipossomal, devido a progressão da doença para o mediastino e pulmão direito. Já recebi a triste notícia que há uma porcentagem de 6% de chance dos meus cabelos, recém crescidos, caírem novamente. Espero que minha história sirva de testemunho para muitas outras mulheres que irão passar por isso. Os cabelos se foram, mas vivi 13 meses tomando uma quimio oral que me ajudou a ressignificar a dor, manteve a doença controlada e prossegui com meus lenços, e, posteriormente, assumindo minha carequinha, enquanto os primeiros fios nasciam com a mesma força que emanava vida de dentro de mim Há muita vida a ser vivida! E vou lutar cada segundinho para viver Gratidão por dividir com vocês meu testemunho

por Marcia Cristina Silva

Acabei de fazer as quimioterapias. Quanto a queda total dos meus cabelos, eu busquei informações em sites idôneos e conversei muito no hospital com várias mulheres que já enfrentaram o mesmo processo que eu passaria. E com o apoio da minha família fui me preparando interiormente para enfrentar a queda, mas eu sabia que seria só uma fase? Que os cabelos iam voltar a crescer. Meus cabelos eram na cintura porque sou evangélica e sempre tive meus cabelos longos. Primeito cortei “Chanel” e 3 semanas após a primeira quimio começou a queda mais acentuada e eu tinha dor de cabeça. Então já pedi a minha neta pra passar a máquina porque é uma sensação triste a gente ver os cabelos caindo aos tufos e tufos. É frustrante.... mas aceitei que era uma fase do tratamento, e que logo vão voltar a crescer. O importante é ficar bem durante o tratamento. Usei lenços e turbantes nesse processo de careca, mas agora que estão renascendo já vou deixar os lenços e turbantes pra lá. É um processo difícil pra nossa autoestima, mas faz parte do tratamento em busca da nossa cura!

por Ivanilde Oliveira
São Paulo

Sou mãe de 2 filhos (um menino e uma menina) apaixonada pelos meus cabelos e pela vida. Aos 36 anos, a única coisa que eu mais temia aconteceu, surgiu um câncer de mama! Uma das minhas maiores preocupações era perder os cabelos, pois eu amava muito meus cabelos longos e loiros. Perdi noites de sono, pensando como ia ser. Em uma noite, fui na casa da minha cunhada e ela perguntou se eu estava preocupada com a perda dos cabelos. Para evitar sofrimento maior na família, eu neguei, falei que não: "Nem penso nisso!". Então, ela comentou que minha filha estava sofrendo muito por isso, pois ela sabia que eu amava muito os meus cabelos e tinha um cuidado muito grande com eles. Ouvindo aquele relato, o amor de mãe falou mais alto, pensei comigo, "Logo vou acabar com tudo isto." Acordei pela manhã, coloquei uma música bem gostosa de ouvir: "Mara Lima - Além da medicina", tomei um belo banho, lavei os cabelos e fui ao salão. A cabeleireira perguntou: "Eliene, qual o corte você deseja fazer?". Eu falei: "Corte tudo!" e ela perguntou: "Tudo?". Retruquei sem dúvidas: "Sim! Quero doar meus cabelos, pode cortar o máximo para aproveitar." Quando ela amarrou e começou a cortar, meus olhos se encheram de lágrimas. Ela disse: "Eliene, tem certeza?" e eu disse: "Sim! Pois estou com câncer de mama e eles não servem mais pra mim, mas tenho certeza que vão servir para outra pessoa." E então, ela começou a chorar muito, falou que não estava preparada para ouvir aquilo no momento. Pedi para que passasse a máquina e ela disse: "Sinto muito, mas não consigo!". Saindo de lá passei no meu irmão, minha sobrinha perguntou: "Tia, a senhora quer que eu passe a máquina, meu pai tem uma?". Eu disse: "Sim, quero!". Ela passou a máquina deixando a cabeça completamente pelada. Quando minha outra sobrinha pequena viu, simplesmente exclamou: "Tiaaaa, você está linda!". Foi a frase mais sincera que ouvi no dia, pois uma criança é muito verdadeira, assumi minha careca com muito orgulho. Tudo por amor!

por Eliene Luz
Salvador

Perder os cabelos afeta a feminilidade e a autoestima, e eu não imaginei que eles cairiam tão rápido! 15 dias após a primeira quimioterapia, já sentia a falta dos cabelos. Da primeira vez, jovem e preocupada com a aparência, muitas vezes me senti triste ao me ver careca. No segundo, casada e com uma filha linda que já entendia muitas coisas, decidi que não queria ter mais um problema! Já tinha todo protocolo de tratamento e cirurgias para enfrentar. Não queria sofrer por mais uma coisa. Não esperei a queda gradativa. Reuni a família e raspei tudo. Tomei o controle da situação e dos meus sentimentos relacionados a minha aparência. Assumi minha careca e abusei do uso de lenços. Nesse período conheci a Fundação Laço Rosa que me proporcionou conhecer mulheres incríveis, de garra e com a cumplicidade de sentimentos de quem já viveu as dores da doença e as alegrias da cura.

por Simone Monteiro
Rio de Janeiro

Naquele fim de ano, um misto de tristeza e vontade de aproveitar cada momento com minha família invadiu meu ser, pela incerteza do que poderia ocorrer no próximo ano. Mesmo diante do medo, eu e minha filha, Sarinha, na época com 7 anos, arrumamos a árvore de Natal e junto a nossa família, não deixamos de comemorar uma ocasião tão especial. Em fevereiro terminei a radioterapia, mas mamãe piorou...... e teve que ser internada novamente. Infelizmente em abril de 2017 mamãe faleceu, mas antes me disse que eu não me preocupasse, pois, Deus ainda tinha planos pra mim, ela já tinha cumprido sua missão e estava pronta para partir para junto Dele. Todas as perdas e dificuldades que passei me fortaleceram e hoje devo toda a minha gratidão a Deus pela cura e por ter chegado a mais um Outubro Rosa em 2020. Agradeço pela oportunidade de ter cuidado um pouco de mamãe mesmo ainda estando em tratamento e pela bênção de ver minha família unida e minha filha crescendo feliz, com saúde e inteligência... agora com 12 anos. Meus cabelos voltaram a crescer mais escuros, fortes e ondulados, e nesse mês ainda cortei um pouco para doar e abençoar outra guerreira! Voltei a estudar em uma área de especialização que sempre admirei Psicologia Organizacional, a fim de ajudar outras pessoas a lidar com os problemas em sei ambiente de trabalho, e com a graça de Deus, superei a depressão e voltei a sonhar...

por Simone Machado

Estou na luta contra o câncer há quatros anos. Pois sou metastática, ou seja, tratamento pro resto da vida. A pior parte do tratamento foi a perda dos cabelos pois me olho no espelho e não me vejo. E nesses quatros anos já passei duas vezes pela quimioterapia. Agora, está crescendo, porém talvez eu tenha que passar novamente pela quimioterapia. Todos tentam me consolar dizendo que o que importa é estar viva. Pra mim é muito difícil, pois quem me conhece sabe como sou alegre. Mas quando se fala em perder os cabelos novamente... aí já viu.

por Katia Cristina de Assis
Rio de Janeiro

A queda do cabelo nem me preocupava tanto, o que mais eu temia era como minha filhinha, de apenas 7 anos, toda vaidosa, iria encarar ver a mamãe dela careca, isso sim partia meu coração. Foi então que eu comecei a desapegar do meu cabelo que estava bem grande quando descobri o câncer de mama, comecei a usar ele mais preso que solto, e na consulta com a oncologista, ela já tinha me alertado que depois de 15 dias da primeira quimioterapia meus cabelos iriam cair. Fui ao salão e cortei “Chanel” para preparar minha filha, chamei ela para conversar expliquei que a mamãe estava com mama dodói e que o remédio para a mamãe ficar boa fazia os cabelos cairem, comecei a mostrar a ela na internet as meninas carecas maquiadas lindas, tentei passar para ela de uma forma leve, não era porque a mamãe iria ficar careca que iria ficar feia. Chegou o dia que os fios começaram a cair e eu não queria ficar vendo aquilo dia a pós dia, então chamei minha filha, meu marido e decidi que nós três iríamos passar a máquina na minha cabeça e assim foi... Decidi raspar antes de cair tudo, foi um momento só nosso, que teríamos que passar e graças a Deus foi sem sofrimento, nos divertimos e nos libertamos do medo de me ver careca, ficou uma careca linda!!! rsrsrs No começo eu tive receio de sair na rua mostrando a careca, tudo que não queremos nesse momento é receber olhar de pena, comecei usando turbantes sempre maquiada e com brincos, então chegou o dia que decidir me libertar dos turbantes e foi maravilhoso curtir um ventinho na careca, foi libertador. Hoje já estou com lindos cachinhos, já fiz reflexo e amo muito mais meus cabelos agora que antes!! rsrsrs Obrigada pela oportunidade de contar um pouco da minha história.

por Camila Brito

Sempre amei meus cabelos, cuidava, fazia luzes e aos 39 anos descubro um câncer de mama, fiquei assustada e com medo, a médica diz que na primeira sessão de quimioterapia que meus cabelos cairiam. Era uma mistura se sensações, mas não me imaginava sem cabelo e sofria calada. Ainda assim eu dizia meu cabelo, não vai cair. Mas depois de poucos dias acordei com o travesseiro cheio de cabelos, tinha cabelos por todo lado, me levantei, fui tomar um banho e lavei a cabeça e aí sim foi torturante, eles se embaraçaram e os que estavam caindo se misturaram com o que ainda estava na cabeça. Chorei muito, me desesperei e quanto mais eu tentava desembaraçar, mais embaraçado ficavam. Chamei meu marido e pedi pra ele cortar do emaranhado de cabelos pra baixo, eu ainda tinha esperança de fazer um corte com os fios que ficariam. Mas eu já estava com falhas grandes. Coloquei um lenço, mas não tinha jeito, eles caiam pelos meus ombros, havia cabelos por todo lado, na casa toda. E quando eu passava a mão, as mechas caiam mais ainda. Então tomei coragem e falei “vamos cortar, pode pegar a maquininha”. Sentei no quarto e ele começou a passar a máquina zero. Chorei muito e quando terminou, olhei no espelho e falei pra mim mesmo minha vida não acaba aqui, ela começa aqui. Meu cabelo cresceu novamente depois do tratamento. Em 2018, descubro outro câncer (metastático), quase perco minha perna e em meio a tudo isso meu cabelo ia cair novamente, e as pessoas diziam “o cabelo não é nada o importante é você ficar bem”. Verdade ficar bem é tudo, mas pra mim o cabelo também era tudo. Mas como eu tinha dito lá atrás minha vida não acaba aqui. Meu cabelo caiu e novamente cresceu, eu me recuperei. E hoje, ele está crescendo novamente.

por Luiza Vanilde
São Paulo

No início do ano passado (2019) descobri que estava com câncer, mas ele não veio sozinho. Ele trouxe junto com ele, o medo, a insegurança. Mas vieram coisas boas também, novas amizades, possibilidades e muito mais amor, por mim, pra mim e pela vida. Quando minha médica me disse que era câncer e que durante a quimioterapia, eu iria perder os cabelos, eu fiquei extremamente triste. Pensei que seria a pior coisa do mundo porque quem me conhece sabe o quanto eu gostava do meu cabelo e eu não estava preparada para aquilo, acho que ninguém nunca está. Iniciei a quimioterapia e depois de uns vinte dias meu cabelo começou a cair e decidi que não iria raspar logo, mas conforme foi passando os dias, não podia mais suportar vê-lo caindo e resolvi raspar. Um dia antes de raspar a cabeça, eu não consegui segurar o choro durante o banho e ver tanto cabelo no chão. No dia de raspar estava tão nervosa, mas já não podia adiar mais. Na hora, pensei que iria chorar, igual a novela, mas foi muito melhor. Me achei feia careca, mas diferente, aliviada e feliz por isso. Durante todos os meses que estive careca usei lenços de diferentes cores, sempre combinando com a roupa, tentava novas amarrações e não podia faltar uma make, né! A perda do cabelo é só uma fase e mesmo passando por isso de novo, não deixo de acreditar que isso logo vai passar e que vou sair dela ainda mais forte, assim como foi no ano anterior. O câncer pode até ter tirado uma das coisas mais importantes para mim, mas jamais irá tirar a minha alegria de viver. Vou lutar o quanto puder, quantas vezes Deus me permitir porque a vida vale muito!!!

por Ana Célia Pinheiro

Eu fui uma pessoa que amava muito o meu cabelo, tinha um cabelo ondulado, comprido, com mechas loiras naturais, pois nunca tinha pintado o cabelo. Eu amava como ele era. Mas quando eu comecei o tratamento sabia que ia cair, então cortei um pouco curto e fiz uma peruca com meu próprio cabelo. No começo foi muito difícil de aceitar, mas fui deixando acontecer. Era preciso para me curar. Fiquei careca e me achei linda, sexy e uma linda mulher. Só que em janeiro de 2020 o câncer voltou e tive que fazer um novo tratamento e com esse o meu cabelo começou a cair de novo. Só que agora eu não queria ficar careca. Não estava aceitando, mas trocaram o tratamento agora e meu cabelinho está nascendo de novo. A cada fio novo que nasce uma nova esperança de cura que brota dentro de mim. Continuar e com muita fé nessa caminhada. Porque com certeza em breve voltaremos a ter os mais lindos cabelos para usar e abusar deles. Rsrs

por Ana Paula Salgado
Rio de Janeiro

Assim que fiz o autoexame no banho percebi um caroço, e no outro dia procurei orientação médica. Sim, fui diagnosticada com câncer de mama, em julho fiz a retirada do quadrante, em agosto fui na consulta e já sentia dentro de mim que eu iria fazer quimioterapia (porque até então os médicos falaram que eu não precisava), mas dentro de mim tinha uma voz que falava “você vai ficar careca sim”. Em setembro de 2019, fiz a 1º sessão com 20 dias meu cabelo começou a cair, como meu psicológico já estava preparado eu não fiquei triste, pelo contrário, levei de boa. Eu me preocupava mais com as crianças da minha família e da minha rua,foi aí que resolvi fazer uma reunião com todas as crianças que eu conheço e eles rasparam meu cabelo, foi muito emocionante. Expliquei tudo pra eles, e dali pra frente respirei fundo, com toda minha fé, enfrentei o medo, a desigualdade, tudo o que veio pela frente, mas venci e hoje estou aqui para dar o meu depoimento.

por Jaqueline Rosa

Ao saber pela minha médica que ficaria sem meus cabelos, senti um misto de tristeza e desalento. Mas não me permiti ficar abatida. Entendi que fazia parte do enfrentamento dessa doença avassaladora. Teria que seguir em frente, se quisesse viver. Não esperei que meus fios, tão bonitos, cheirosos, queridos caíssem sozinhos, numa queda que sabia ser doída e vagarosa. Logo reuni minha mãe e minha prima querida, que docemente foi cortando, um pouquinho por vez, meus cachos, meus longos cachos castanhos. Rapidamente, a tão temida "máquina" tomou a vez da tesoura. E entre os sorrisos encorajadores e as lágrimas furtivas das meninas da família, os fios se foram. Vento frio, leveza nunca antes sentida. Estranha moça me olhava no espelho. A moça, de grandes olhos assustados, de cabeça lisa, sem adornos, além do medo, sentiu renovada esperança. Tempo passou, tantas voltas esse mundo deu! Corpo sofreu, mudou, mas os afetos sustentaram. E os cabelos voltaram...Não tão lindos, não tão fortes. Mas a moça, sim. Estou aqui. Forte, de olhos muito confiantes. Repleta de gratidão. E com meus fios a serem tocados pelos ventos...

por Rosana Rezende
Ilha do Governador

Já fiz cirurgia, quimioterapia, radioterapia e hoje faço hormonioterapia. Perder os cabelos!? Meus lindos cachos!! Vão ficar me olhando na rua, minha filha vai ficar triste, vou ficar feia...E agora? Que tristeza!! Pensamentos de tristeza e medo rondavam a mente. Cai cabelo, cai sobrancelhas, pele sem cor, pois não podemos pegar sol. Rosto inchado pelos corticoides. Olhar fixo na cura. Esperança de dias melhores. Dois anos depois e meus cachos estão voltando. Gratidão!

por Nilcéia Targino
Duque de Caxias

Quando fui diagnosticada com câncer foi muito triste, mas quando descobri que ia perder meu cabelo foi como se eu perdesse tudo, fiquei me sentindo feia, careca, minha autoestima foi ao chão. Eu enfrentei tudo isso com o apoio da minha família, filhos e amigos, e aprendi que a perda do meu cabelo não é tudo, e sim a cura pra uma nova vida.

por Simone Vieira
Rio de Janeiro

Um dos piores momentos de todo tratamento, não foi nada fácil ver os meus cabelos caindo na minha mão, lembro como se fosse hoje, chorei o dia todo. Isso foi em uma sexta-feira, na segunda de manhã fui bater lá na Fundação Laço Rosa, que me acolheram muito, mas muito bem mesmo, com muito amor e carinho. Hoje, graças a Deus meu cabelinho está crescendo, e eu estou amando a nova linha da Pantene Bambu nutre e cresce. Meu cabelo está ficando maravilho com essa nova linha, estou apaixonada por esses produtos.

por Cristiane Passos

Chorar, é claro que chorei,e muito, retirando os outros tufos de cabelo, enquanto a água do chuveiro escorria pelo meu corpo, já tão castigado pela cirurgia e pela quimioterapia, misturado com minhas lágrimas. Aquela noite foi horrível! Dormi com um lencinho na cabeça. Meu marido percebeu tudo e tentou o impossível: me consolar. Mas, naquele momento não havia palavras que me animasse. Então, o dia amanheceu e eu estava viva e realmente entendi, que o que estava causando a queda dos meus cabelos, estava me curando. Foi uma sensação maravilhosa! A partir daí, curti minha carequinha. Tirei fotos, usei vários lenços, bonés e chapéus. Usei e abusei! Só usei peruca uma única vez, quando fui madrinha de casamento do meu sobrinho. Hoje, meus cabelos estão de volta, junto com minha saúde. Cuido deles com muito carinho, como cuido da minha saúde. Tratamento para ambos. Estou feliz, sou feliz!

por Sônia Cristina da Cunha
São Gonçalo

Quando perdi os cabelos para a quimioterapia, foi muito doloroso. Tinha os cabelos abaixo da cintura , foi um choque. Depois passado o susto, resolvi assumir os lenços, foi uma fase importante no meu processo de tratamento, aprendi a lidar com a nova realidade que me foi dada. Sou muito mais que um cabelo perdido, uma mama retirada. Sou mulher, sou vencedora. Câncer de mama tem cura.

por Ana Cristina Martins
Campo Grande

Sempre fui muito vaidosa com meus cabelos, eram na cintura, lisos por natureza, sempre cuidei deles com todo amor e carinho. Fiquei muito triste ao saber que uma das reações seria a queda do cabelo, mas em se tratando de viver, deixei a vaidade de lado. Fiz a cirurgia de mastectomia radical (retirada da mama e esvaziamento axilar) antes da quimioterapia, com os cabelos longos ainda. Faltando duas semanas pra começar a tão temida quimioterapia cortei o cabelo “Chanel”, iria usar parte do meu cabelo pra fazer peruca, porque não conseguiria me ver careca. As dores eram insuportáveis. Tem mulheres que não sentem dor, mas eu sentia. Além da dor física eu sentia a dor da alma em perder mais uma coisa da minha feminilidade, já tinha perdido uma mama. Tive alta, a primeira coisa que fiz ao chegar em casa, pedi minha sobrinha pra raspar minha cabeça, toda a família assistiu, com todo amor e carinho, ela cortar para depois raspar, e a todo momento perguntando como eu estava. Todos choravam, mas eu chorava naquele momento de alegria de não mais sentir dor. O meu filho raspou a cabeça comigo. Foi muito difícil aceitar perder a mama, eu não poderia me entregar, afinal o cabelo cresce e eu sabia disso mesmo que demorasse. Não me escondi, não fiz e não usei peruca, doei meu cabelo e todos os cabelos que eu tinha ganho pra ajudar outras mulheres. Me senti bem careca, já não sentia dor. Hoje, já não faço mais quimioterapia, faço uso da hormonioterapia. Dois anos de diagnóstico, dois anos de operada. Meus cabelos já estão grandinhos rs, nasceram cacheados e lindos.

por Aline Barela
Diadema

Junto com a quimioterapia veio a perda dos meus cabelos, no começo foi tudo muito difícil, simplesmente ter que raspar meu cabelo que era minha maior vaidade. Com o passar do tempo comecei a ver que cabelo era importante, mas não mais que a vida, e que estar viva era muito importante para eu poder voltar a ter cabelos. Meninas que estão começando o tratamento, o cabelo nasce, mais forte, lindo e saudável, só precisamos confiar, acreditar que tudo passa.

por Maria Ivone Silveira
Rio de Janeiro

Quando recebi o diagnóstico do câncer nem pensei no cabelo que iria cair, porém meu esposo, Carlos André, foi a primeira pergunta que ele fez? “VC VAI FICAR CARECA”, disse “SIM”. Logo que começamos as quimios vermelhas me avisaram que eles iriam cair em 14 a 20 dias. O que eu fiz na primeira vez? Pedi ao meu compadre, Silvan, pra passar a máquina num tamanho razoável. Nossa, ainda estava trabalhando na época; cheguei no trabalho todos me elogiando que tinha rejuvenescido, ficado mais bonita. ME SENTI A NOVINHA DE 40 KKKK Quando foi dando os 15 dias/20 dias já senti o cabelo caindo sem fazer nenhum esforço, só em passar a mão ele já vinha. Confesso que foi um choque, mas não podia ficar abatida pelos meus filhos, Andrielly (02 anos, na época) e Anderson (19 anos). Reuni filhos, meus compadres e 1 amiga e pedi NOVAMENTE ao meu compadre pra passar a máquina. Dessa vez foi n°0, fiquei CARECA. Tudo é novidade, né. Para nós, mulheres, a perda dos fios pode comprometer a autoestima e prejudicar nossa qualidade de vida. Graças a Deus, lidei muito bem com a queda dos meus cabelos.

por Renata Soares
Rio de Janeiro

Eu fiquei muito assustada com a queda dos cabelos. Minha família estava apreensiva com minha reação ante a queda iminente. Estavam todos preocupados. No primeiro instante pensei em ir ao cabelereiro para cortar, mas fiquei com medo de entrar num choro compulsivo como a menina da novela que por conta da leucemia cortou os cabelos. Aquela cena foi muito marcante, e sendo assim, meu medo era repetir aquele sofrimento. Meus cabelos caíam cada vez em maior quantidade e eu relutando em cortar. Até que um dia meu filho fez um churrasco com os amigos lá em casa, então aproveitei o momento, peguei uma cadeira, a tesoura e falei: Vamos cortar meu cabelo celebrando a vida e a amizade. Então, meus cabelos foram cortados por todos que lá estavam. Rimos e brincamos. Conseguimos fazer de um momento triste, um momento cheio de vida! Foi traumático quando me olhei no espelho? Claro que foi. Mas tinha que respirar fundo e seguir em frente. E hoje, aqui estou, com meus cabelos de volta, graças a Deus curada, e cheia de história pra contar!!!

por Marcia Reis
São João de Meriti

Tinha os cabelos lisos e compridos, mas cortei dias antes da primeira sessão, passei a máquina zero e raspei com lâmina logo depois. Não sofri muito pela perda dos cabelos em si, porém, não consegui assumir a careca. Ninguém nunca me viu sem lenço ou sem peruca. Nem meu marido. Dormia com lenço bem colocado para não sair e tirava logo depois que ele saía para o trabalho e voltava a dormir. Nunca contei isso para ninguém. É a primeira vez. Não conhecia ninguém desse meio, nem outras pacientes nem nenhum grupo de apoio. Comprei alguns poucos lenços e uma peruca sintética que era a única que cabia no meu orçamento. Depois de algumas sessões soube da Fundação Laço Rosa através da minha querida sobrinha, Patrícia Bullé, fui lá e ganhei uma peruca muito mais bonita do que a que eu tinha comprado. Usei as duas enquanto precisei e depois as doei. Sou muito grata por conhecer o lindo trabalho dessa fundação. Sei da importância dessas doações. Hoje conheço e faço parte de alguns grupos e a maioria das pacientes que conheci são de alguma forma assistidas pela FLR. Parcerias são muito necessárias para continuarem com essa missão.

por Rosemeri Bullé
Rio de Janeiro

Estamos acostumadas com cabelos lindos, sejam crespos, cacheados ou lisos, cada um na sua essência e aí quando a vida nos surpreende com este diagnóstico que compromete nossos cabelos, nos deixando carecas, o mundo parece não ter mais sentido. Precisamos nos reinventar criando condições óbvias: Uso de lenços, Uso de turbantes, Perucas. Ficar careca pra mim foi a pior parte, precisei buscar muita determinação até entender que com o avanço da tecnologia logo logo eu estaria feliz novamente, e com os cabelos mais fortes e atraentes.

por Nilza Maria Martins
Mogi das Cruzes

Foi horrível, H O R R Í V E L,perder o cabelo durante a quimioterapia. Dói muito o couro cabeludo até cair todo o cabelo, foram três dias de dor física intensa e quase dois anos de dor emocional, porque demora muito pra voltar a crescer e eu tinha um luxo com o meu cabelo. Posso dizer sem medo de exagerar que ficar careca durante o tratamento se não doeu mais do que a quimio doeu igual. Foi um duro golpe, mas a gente supera!

por Taís Rocha
Rio de Janeiro

Para minha surpresa fiz 12 sessões de quimio e o cabelo resistiu. Após 7 meses do término, a doença retornou e fui para um novo protocolo de quimioterapia, dessa vez muito mais forte e com 100% de chance de a queda acontecer após 15° dia após a primeira sessão. E foi dito e feito! Nada aconteceu como eu esperava, eu pensei que o cabelo iria cair aos poucos, dia pós dia, mas não foi assim. Um dia acordei pela manhã e fiz uma bela hidratação nos meus cabelos, depois de finalizado e seco, resolvi fazer um coque e até aí tudo parecia normal, nada de queda. À noite, fui dormir e ainda com o coque nos cabelos. Pela manhã ao acordar o cabelo já estava soltando os rufos da raiz e já solto no travesseiro. Foi algo inevitável e sem reparos, fiquei assustada, confesso! Naquele dia eu fiquei até com medo de molhar ou pentear o cabelo, queria ao máximo fugir daquela realidade. 3 anos antes do meu diagnóstico, meu cabelo finalmente estava do jeito que eu sempre quis, os cachinhos definido, crescendo forte e saudável (vivi muitos anos dependente de química e mega hair), e quando eu estava finalmente curtindo meu cabelo, foi quando eu descobri o câncer e consequentemente ocorreu a queda total dos fios. Não quis usar perucas, optei pelos lenços e me rendi às maquiagens e aos brincos grandes. E até que me sentia muito bem, e recebia muitos elogios. Vivia assistindo vídeos de como usar lenços de maneiras criativas e assim fui levando até terminar o tratamento e finalmente os fios novos brotaram. Logo que os cabelinhos novos apontaram, eu logo deixei de usar os lenços, e também curti muito essa fase de "cabelinho na régua". Hoje eu já estou apaixonada pelo meu Black Power e descobri o quanto meu cabelo natural é bonito. Por enquanto não posso usar produtos químicos, mas não sinto a mínima falta, sou feliz com meu crespo tipo 4B. E sobre o câncer, vixiii, ele nunca me teve!

por Daiana Fernandes
Rio de Janeiro

Para mim, foi muito marcante, a perda dos cabelos. Na primeira sessão eu me senti vitoriosa, fui esperançosa, que poderia cair os cabelos, mas não tudo. Após a segunda sessão, fui tomar banho e lavar os cabelos, conforme eu passava shampoo minhas mãos ficavam cheias de tufos de cabelo. Me deu uma crise de choro muito forte, só deixei a água cair, pra não perder mais cabelo, mas fiquei tentando tapar os buracos. Demorou até a quarta sessão pra eu raspar todo cabelo, aconselhada por uma vizinha que é cabeleireira (Elô), ela me incentivou e raspou meu cabelo por inteiro com máquina zero. Doeu na minha alma, desde então já nasceu cabelo, mas não é o mesmo, é ralo nas pontas e mais crespo do que antes. Hoje, me sinto feia e nada que eu faço melhora minha aparência, fui trocada pelo meu ex-marido (por não ser uma mulher completa), fui muito debochada e colocada para baixo, porque fiquei muito inchada por causa dos corticoides que faziam parte do tratamento, desde então meu corpo também não foi mais o mesmo. Mato um leão por dia desde 24/09/2012 quando recebi a confirmação do diagnóstico. Amanhã, só Deus para me preparar e fazer superar esse dia.

por Mônica Regina Gonçalves

Eu amava cuidar do meu cabelo, quando recebi o diagnóstico de câncer de mama logo pensei como seria perder o cabelo. Em um primeiro impulso fui a um salão desconhecido e pedi para cortar bem curto,foi um momento difícil ver meu cabelo caindo no chão,chorei muito durante o corte, a cabeleireira que não me conhecia foi profissional não me fez perguntas sobre o motivo do meu choro. Ao final ela perguntou se eu gostaria de virar a cadeira pra me olhar no espelho.Eu respondi que não, e fui embora. No dia que iniciei a quimioterapia, cheguei em casa e pedi a máquina de cortar cabelo do meu cunhado e me sentei na calçada raspei minha cabeça, neste momento comecei a enfrentar o tratamento com coragem e determinação, assumi o controle da minha vida, não usei perucas somente lenço para proteger o couro cabeludo que estava sensível.Eu mesmo raspar a cabeça foi libertador. Hoje, meu cabelo cresceu, nasceu grisalho e assumi meus fios brancos, estou curada e feliz.

por Ligia Vitoy
Rio de Janeiro

Mesmo sabendo que a queda do cabelo no tratamento de câncer é transitória,esse momento é um de vários momentos no tratamento que me assustou muito, pois o cabelo é uma expressão da nossa feminilidade. Durante a luta contra o câncer de mama, enfrentei muitos desafios como a retirada do seio, passar a visualizar uma cicatriz e ainda ter que se reconhecer nesse novo corpo e gostar do meu novo visual, você ainda tem que lidar com mais esse desafio que é a perda do cabelo durante o tratamento, é quando você percebe que chegou a hora de se reinventar, então eu usei peruca e lenços para me sentir melhor. Mas o melhor é ter a certeza que essa fase também passa, estou novamente com os meus cabelos lindos.

por Suzana Oliveira

No início foi muito difícil passar pelo período da perda total do cabelo. Tomei a primeira quimioterapia e com 15 dias meus cabelos começaram a cair. Eu levantava pela manhã e o travesseiro ficava completo de fios e eu chorava muito. Então resolvi de vez raspar para acabar com essa agonia.No dia combinado para rasparem meu cabelo, meus filhos se reuniram e me fizeram uma grande surpresa e, junto comigo, em solidariedade ao meu sofrimento eles também ficaram carequinhas. Foi muito emocionante esse ato de amor. Com fé em Deus, determinada a ficar curada e muito apoio dos meus filhos, amigos e familiares, superei. Hoje, uso um corte curto,e meus produtos preferidos são da linha Pantene liso extremo. Meus cabelos são lindos, forte e brilhosos.

por Marines Gouveia
Rio de Janeiro

Antes de começar a fazer a quimioterapia,me preparei para perder o cabelo, comprei os lenços,antes mesmo do primeiro fio cair..... Lá no fundo ainda tinha uma esperança que não caísse tudo. 15 dias depois da primeira quimioterapia,no banho,parecia uma enxurrada de cabelo,se lavasse caía,se secasse caía..... Resolvi ir na cabeleireira que sempre cuidou do meu cabelo,Adriana,e meu filho quis ir comigo,só tinha 9 anos,nossa como o Eduardo chorou... preocupado que eu iria na festa do colégio careca. Enquanto ele chorava, a Adriana passava a máquina,e eu pensava em como consolar meu filho. Então eu disse a ele: Filho, eu vou na festa do colégio e ninguém vai perceber que estou careca. Assim aconteceu, e no dia da festa me arrumei, coloquei um turbante preto com tira de onça e me produzi toda! No final o Eduardo me falou assim: mãe,ninguém falou que a senhora estava careca!!! Rsrs O cabelo cresce novamente, mas aquela festa do colégio do meu filho foi única!

por Anna Cristina Cataldo
Nova Iguaçu

Quando pensamos em câncer de mama a primeira coisa que deveria vir a mente seria nossos seios e a sobrevivência, óbvio! Porém, a doença faz com que você pense em algo mais e que parece banal. Os cabelos? Como será? Impossível não nos impactar. E comigo não foi diferente, lógico que cada um reage de uma maneira. Perder os cabelos para mim não foi uma decisão e sim uma imposição. Imposição esta que me fez entender que na vida nem tudo está perdido. Que assim como as raízes das árvores, iniciam-se tímidas e frágeis, ao serem bem cuidadas e cultivadas de maneira correta darão bons frutos. Coloquei na mente que tudo daria certo e deu!

por Lidiane Menezes
Rio de Janeiro

Logo na primeira semana, eu já tinha a consciência de que meu enorme cabelo iria cair. Então já decidi corta-lo, com dois dedos, e depois disso logo começaram as dores no coro cabeludo, um a dor que parecia que estavam puxando meu cabelo, mas só quando eu encostava a mão, ou me deitava. Na segunda semana ainda com a reação da primeira sessão, já apareceu um buraco atrás de minha cabeça. E daí foi soltando cada vez mais, era só eu passar a mão. Chamei um amigo e pedi para passar a máquina.

por Cleusimar Coelho
São Gonçalo

O meu cabelo começou a cair no banho. Fiz uma hidratação, e quando fui tirá-la, caiu a parte da frente. Como ele estava com um tamanho bom, eu pude cortar um pouco. Mas com o passar dos dias de tratamento, ele foi caindo naturalmente, e eu fui cortando. Até que decidi raspar a minha cabeça, pois o cabelo não caiu por total, ficaram buracos em algumas partes. Então pedi aos meus filhos Felipe e João Pedro para raspar a minha cabeça, e assim eles fizeram. Tomei um banho, e quando eu vi estavam os dois com a cabeça raspada também. Foi uma emoção muito grande. Decidi não usar perucas, apenas lenços e chapéus, cada um mais lindo do que o outro. E hoje já estou curada, com as graças de Jesus.

por Narciene Dias

Fui diagnosticada com Linfoma de Hodkin, ouvia-se que o tratamento era muito agressivo. Era próximo ao Natal e meus parentes não sabiam. Como estava de licença no trabalho, não senti necessidade do uso de lenços ou perucas. Um chapeuzinho era suficiente. Nunca fui apegada com cabelo então nem me incomodei muito, a preocupação era mais com a família. Logo ele cresceu e a cabeleira voltou ao normal. Em 2016 veio o câncer de mama. Sentia que já estava preparada pelo que vinha, uma nova queda de cabelos, enjoos, mau estar... Não houve necessidade de cateter o que certamente em poucos dias iria me deixar careca. Mais uma vez, não me adaptei aos lenços tampouco quis peruca. Meu irmão me ajudou a passar a máquina, me senti bonita e curti bem minha carequinha. Sabia que quando tudo passasse meu cabelo cresceria novamente e tudo voltaria ao normal.

por Bianca Dantas
São Gonçalo

O momento da perda dos cabelos sem dúvida foi o mais difícil pra mim. Foi onde realmente a ficha caiu pra mim em relação a doença, foi também o momento em que eu mais chorei, me senti uma pessoa frágil. Me lembro como se fosse hoje, o momento em que esperei meu esposo chegar e pedir pra ele raspar, até porque não dava mais para esperar pois os cabelos pareciam se desprender da cabeça de uma forma surreal, confesso que eu nunca tinha chorado perto da minha família, sempre que eu chorava era no banheiro escondida, porém quando minha irmã e meu cunhado foram me visitar e eu estava sem meus cabelos desabei, chorei a ponto de não conseguir falar uma palavra, só conseguia chorar. Confesso também que nunca consegui sair careca na rua, comprei uma peruca e comecei a sair com ela para todos os lugares, pois sou muito vaidosa. Agora, os cabelos já estão crescendo, estou fazendo radioterapia e em nome de Jesus estou curada.

por Elis Lopes
São Mateus

Após o início das quimioterapia vermelha, veio o que eu mais temia, começaram a cair meus cabelos, foi instantâneo, num belo dia acordei com o travesseiro cheio de cabelos, me bateu um desespero, corri para banho para amenizar minha angústia e para minha surpresa, ali sim, embaixo da água do banho caíram quase todos. Liguei para minhas irmãs desesperada, aos prantos, e elas tentaram me tranquilizar dizendo “calma nega, já passamos aí e iremos nós 3 no cabeleireiro passar a lâmina rs, iremos ficar lindas as 3 carequinhas” E assim foi, o cabeleireiro me deixou bem a vontade, ria, brincava comigo, mas cada passada da maquininha me doía na alma, chorei muito, porém em meio às minhas lágrimas fechei os meus olhos e apenas agradeci a Deus por estar me dando forças naquele episódio tão difícil da minha vida. Afinal de contas, cabelos nascem novamente e o mais importante era eu ser forte para passar por mais esse desafio da vida. Meus cabelos nasceram ainda mais lindos e cacheados.

por Regina Moreno
São João de Meriti

Quando perdi o cabelo foi muito difícil, tentei ser forte, mas só Deus sabe como estava destruída por dentro. Sempre que estava sozinha ia pra frente do espelho e começava a chorar, pois não me reconhecia, foram dias muitos dolorosos, mas tinha certeza que Deus estava comigo. Hoje, tenho certeza que tudo passa.

por Vanessa Macedo
Guarulhos

No décimo nono dia, após a primeira quimioterapia, meu cabelo começou a cair, tinha um cabelo muito grande, eu chorei um pouco no banheiro, não por conta do cabelo e sim temendo a reação do meu filho, sabia que ele iria ficar triste e queria que ele estivesse forte durante toda essa fase que iria enfrentar. Um dia ele me falou: porque você não corta esse cabelo mais curto logo, para que o baque (impacto) seja menor. Olhei pra ele e falei: não irá ter baque porque vou curtir minha cabeça assim nesta fase da minha vida. Então chegou uma hora que não tinha como evitar, pedi para minha prima passar uma máquina raspando logo para me livrar daquela queda. Meu filho não se encontrava no momento, então enviei uma foto pra ele para que visse logo. Sua resposta foi a seguinte: esta mulher até de cabeça raspada é linda. Daí em diante foi uma injeção de força para mim. E passei todo o tratamento sem usar lenço ou peruca me achava linda. Se goste e se adapte a cada fase de sua vida. Eu venci!

por Maria Rozilda da Silva

Quando descobri o câncer de mama, eu tinha esperança que meus cabelos não iriam cair. Pois como o médico disse que no décimo quinto dia eles cairiam e nada aconteceu, achei que de repente, ele tivesse se enganado. Passaram dois dias e então, meus cabelos começaram cair. Passava a mão, vários fios viam junto. Cada dia mais e mais, até que tive um exame para fazer, foi quando fui lavar meus cabelos e quase fiquei sem nenhum. No dia seguinte, meu esposo passou a maquininha, pensei que o tamanho 2 ou 3, daria. Já havia vários buracos carecas na cabeça, eu teria mesmo que passar a número 1, e mesmo assim, não ficaria dos melhores. Aquele dia chorei, a cada passada de máquina pensava “será que só os meus cabelos estão indo embora, ou minha vida também está indo junto?”. Mistura de medo e angústia, do que mais viria. Sempre tentando pensar o melhor, que seria só uma fase. Foi quando conheci o grupo, e assim veio a confirmação, que realmente, seria só uma fase.

por Adriana Alves
Rio de Janeiro

Sou bisavó de uma menina linda, a Nina Flor. Quando comecei a quimioterapia, pensei em cortar o cabelo bem curtinho, já prevendo a possibilidade de perdê-lo. Quando comecei a sentir que estava caindo tudo, pedi à minha filha para raspar. O olhar da minha bisneta de 2 anos ao ver que eu não tinha mais cabelo, me deixou paralisada, mas depois de sua aceitação e de querer passar a mãozinha em minha cabeça, vi que não seria o fim do mundo e eu iria superar. O cabelo é a moldura do rosto, mas dessa vez, a superação é a melhor solução.Depois do tratamento, voltará a nascer e foi aí que me apeguei. A vida continua! Enquanto houver vida, há solução! Pense sempre positivo! Força! Fé! Foco!

por Célia Regina Magalhães

Quando comecei a quimioterapia, já tinha certeza que meus cabelos iam cair, claro que isso dava um grande aperto no peito. Quando ele começou a cair eu resolvi cortar bem curto, depois não dava mais, pedi a minha cunhada que raspasse tudo, foi dolorido quando me olhei no espelho. Na época, eu tinha minha netinha de dois aninhos, e estava preocupada com a reação dela de me ver careca, mas ela foi tão linda, olhou pra mim, tirou a touca que eu estava e falou “vovó taleca que linda você está” e começou a beijar minha cabeça, aí não teve jeito, chorei muito, mas fiquei muito tranquila, pois ela não se importou com a avó careca, então o resto do mundo me aceitaria e aí encarei bem. Depois desse carrinho, e sempre que ela estava comigo, eu não usava nada, pois ela não deixava e dizia que eu era linda daquele jeito. Por mais que fosse difícil, eu fui me acostumado e sofrendo cada dia menos.

por Nice Biassi
Rio de Janeiro

Assim que comecei a quimio, o cabelo começou a cair, eu havia me preparado psicologicamente para isso. Porém, a gente sente. No início foi um pouco difícil mais depois levei na esportiva e passei a aceitar numa boa. Eu sentia tanto calor que não aguentava usar peruca, saia sem nada ou com um lencinho fino. Hoje estou bem, mastectomizada e com reconstrução da mama.

por Cássia Valéria Moreira
São Paulo

Fui até um cabeleireiro e consegui raspar, mas sem me olhar no espelho. Lavava a cabeça sem me olhar, dormia de lenço e não deixava ninguém de casa me ver careca. Foi um processo muito triste, doeu demais, mais que a perda das mamas. Com ajuda de amigas, consegui uma peruca e depois de alguns meses minha amiga cortou os cabelos e fez uma nova peruca pra mim. Somente depois de 1 ano, quando eles já estavam crescendo, que eu consegui, depois de uma tarde de terapia com meu cabeleireiro, consegui assumir a careca, mas meus cabelos já estavam crescendo. Como tudo na vida passa, graças a Deus hoje,depois de 2 anos de cirurgia, eu estou muito melhor, aceitei e meus cabelos já estão crescendo bem.

por Alessandra Rocha

Não foi fácil receber esse diagnóstico, porém desde o início enfrentei de cabeça erguida. Coloquei nas mãos de Deus e deixei pra vivenciar uma coisa de cada vez. Não fiquei ansiosa, procurei viver um dia de cada vez. E assim também foi com a queda dos cabelos, muito complicado. Só quem passa sabe o quanto o cabelo faz falta, as pessoas falavam "cabelo cresce!" "O importante é estar viva!" "Pensa na cura, isso é o de menos!" E só depois de tudo que passei, consigo ver que realmente cabelo é o de menos comparado a tudo que vivemos. Medo, incerteza, dor, entre tantos outros sentimentos... Graças à Deus hoje estou curada e sigo fazendo o acompanhamento anual.

por Erica Alves